MP denuncia quatro homens por integrar o PCC no litoral do Piauí; grupo atuava na expansão da facção em Parnaíba

Após uma série de investigações e Ministério Público denunciou quatro homens no litoral do Piauí acusados de integrar o PCC e buscar novos integrantes no litoral

MP denuncia quatro homens por integrar o PCC no litoral do Piauí; grupo atuava na expansão da facção em Parnaíba

O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) denunciou quatro homens por envolvimento direto com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), atuante na cidade de Parnaíba, litoral do estado. Os acusados — Francisco Adriel Pinto Abreu, Paulo Matheus Veloso da Silva, Francisco Aderlan Pinto Abreu e João Denilson dos Santos Abreu — são apontados como membros ativos da organização, responsáveis por aliciar novos integrantes, manter a estrutura criminosa e expandir a influência do grupo na região.

A denúncia foi formalizada no último dia 7 de julho, junto à Vara Única da Comarca de Ilha Grande, com base nas investigações da Operação Arcano, deflagrada em abril deste ano pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Piauí (FICCO/PI).

Facção estruturada e comunicação com lideranças nacionais

As investigações tiveram início a partir da extração de dados de celulares apreendidos, especialmente o de João Batista Albino Filho, também vinculado ao PCC. O material revelou uma estrutura criminosa organizada, com divisão de tarefas, registro de datas de “batismo” dos membros, envio de fichas cadastrais, além de conversas estratégicas entre integrantes da facção.

O conteúdo incluía ainda fotos e vídeos de armas, drogas e cenas violentas, além de diálogos que evidenciavam o planejamento de crimes como tráfico de entorpecentes e homicídios. O Ministério Público destacou que os denunciados mantinham contato direto com lideranças do PCC em outros estados, agindo para difundir a ideologia da facção no litoral piauiense.

Segundo o MPPI, o grupo funcionava com rígida hierarquia, coesão e adoção de estratégias para aumentar sua atuação criminosa na região. Alguns dos envolvidos tentaram justificar sua adesão ao grupo como uma forma de proteção contra ameaças de integrantes do Comando Vermelho, porém o Ministério Público reforçou que isso não diminui a gravidade dos crimes cometidos.

Denúncia formal e pedidos do MP

Os quatro acusados foram denunciados com base em dois dispositivos legais:

  • Artigo 2º da Lei nº 12.850/2013, que trata da participação em organização criminosa;
  • Artigo 1º da Lei nº 9.613/1998, que trata da lavagem de dinheiro.

Na denúncia, o MP solicitou o recebimento da ação penal, a citação dos réus para apresentação de defesa e a designação de audiência para produção de provas.

Operação Arcano: desarticulando o crime organizado

A Operação Arcano foi deflagrada em 29 de abril pela FICCO/PI com o objetivo de desarticular uma rede ligada ao tráfico de drogas com atuação interestadual. A ação cumpriu 24 mandados judiciais, sendo 16 de prisão temporária e 8 de busca e apreensão, nas cidades de Teresina, Parnaíba, Picos, São João do Piauí e Ipiranga do Piauí.

Os mandados foram expedidos pela Central de Inquéritos de Parnaíba, e a operação foi resultado do aprofundamento de informações obtidas anteriormente na Operação Nota Final, realizada em novembro de 2024.

Documentos e dispositivos apreendidos nas duas operações forneceram um panorama estratégico sobre a estrutura interna da facção, revelando núcleos organizados e a entrada de novos membros no esquema criminoso. Com esse material, as forças de segurança conseguiram mapear com mais precisão a atuação do PCC no estado e sua ligação com o tráfico de drogas em diversos pontos do litoral.