Quatro são indiciados pela morte do adolescente Carlos Alexandre em Teresina

O músico Reginaldo de Souza Martins é um dos citados nas investigações ele também foi indiciado

Quatro são indiciados pela morte do adolescente Carlos Alexandre em Teresina

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu o inquérito sobre o sequestro e assassinato do adolescente Carlos Alexandre Pereira de Sousa, de 14 anos, ocorrido em Teresina. A investigação resultou no indiciamento de quatro suspeitos por homicídio qualificado: o músico Reginaldo de Freitas Martins, Michael Rodrigues de Freitas, Mateus Vinícius Ribeiro dos Santos, conhecido como “Pé de Porco”, e Francisco das Chagas Sousa, o “Rato”. O relatório final foi assinado pelo delegado Jorge Terceiro, responsável pelo caso.

O desaparecimento e o crime

Carlos Alexandre desapareceu no dia 26 de maio, na Vila da Guia, zona sudeste da capital. Segundo testemunhas, ele foi abordado por criminosos em via pública. Os autores estavam armados em uma caminhonete Nissan Frontier prata, desceram do veículo e forçaram o adolescente a entrar no carro, saindo em direção desconhecida.

Dez dias depois, em 4 de junho, o corpo do jovem foi encontrado em estado avançado de decomposição no povoado Torrões, na zona sul de Teresina. A vítima foi morta com um tiro na cabeça.

Depoimentos e detalhes do crime

Durante as investigações, uma testemunha revelou detalhes sobre a participação de cada envolvido. Segundo ela, Michael Rodrigues e Mateus Vinícius (Pé de Porco) foram os responsáveis diretos pelo sequestro. O veículo utilizado na ação foi fornecido por Francisco das Chagas (Rato), identificado como um dos líderes do tráfico no bairro Três Andares. A caminhonete pertencia ao músico Reginaldo de Freitas, que, apesar de não ter participado diretamente da execução, foi indiciado por ter cedido ou permitido o uso do automóvel para fins criminosos.

De acordo com o inquérito, Reginaldo, usuário de drogas, frequentemente deixava o carro como forma de pagamento em bocas de fumo, especialmente com “Rato”, já sabendo que o veículo poderia ser usado em atividades ilegais.

A motivação do crime

A investigação também revelou que Carlos Alexandre não tinha ligação com facções criminosas. No entanto, ele estava visitando uma área sob domínio da facção Bonde dos 40, rival do Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua com força no bairro onde ele residia. A Polícia acredita que a motivação para o assassinato foi territorial e sem qualquer justificativa direta, como relatado por um dos investigados:

“Foi de graça… era só porque ele estava lá. Tinha 15 anos, era pra pegar ele.”

Indiciamento

Com base em provas, depoimentos e contexto do crime, a Polícia Civil indiciou os quatro envolvidos por homicídio qualificado, com agravantes de motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.