Mulher é Indiciada por Furto Qualificado Contra o Próprio Irmão em Teresina
O valor ultrapassa mais de 2 milhões de reais e a causa pior é a quebra de confiança e rompimento familiar

A Polícia Civil do Piauí indiciou Silvana Maria de Melo Andrade por furto qualificado contra seu irmão, o empresário Raimundo Nonato Melo Lima, proprietário da empresa Rectrafo, localizada em Teresina. O prejuízo estimado pode atingir impressionantes R$ 2,2 milhões. O inquérito, conduzido pelo delegado Antônio Nilton Alves de Moura, foi concluído em 24 de junho.
O Início da Investigação
O caso veio à tona após o filho do empresário registrar um Boletim de Ocorrência, denunciando a própria tia. A investigação foi iniciada pela 1ª Delegacia Seccional de Teresina – Divisão 2. Segundo o relato, a partir de 2019, Raimundo Nonato precisou se afastar da Rectrafo, empresa de manutenção e fornecimento de transformadores, e deixou a gestão nas mãos de sua irmã, Silvana, que já atuava como gerente.
Descoberta de Irregularidades
No ano passado, o filho de Raimundo Nonato decidiu reassumir o comando da empresa, motivado pelas dificuldades financeiras relatadas por Silvana Melo. A situação gerou desconfiança, pois, em contraste com a suposta crise da empresa, a tia apresentava uma vultosa evolução patrimonial. Ela ostentava roupas de grife, carro novo, celulares de última geração e reformou sua casa, um padrão de vida incompatível com seu salário na empresa.
Ao realizar uma auditoria, o filho do empresário descobriu que Silvana estava subtraindo valores das vendas de mercadorias. Ela direcionava grande parte dos pagamentos dos clientes para suas contas pessoais. Declarações prestadas em 12 de março deste ano revelaram que os pagamentos destinados à conta da empresa estavam sendo direcionados para a conta pessoal de Silvana. Até aquela data, foram contabilizados 278 pagamentos na conta de Silvana, somando R$ 2.213.783,53.
A Versão da Investigada
Em seu interrogatório, Silvana Melo negou todas as acusações. Ela alegou que tinha autorização do irmão para receber pagamentos em suas contas pessoais. Silvana também enfatizou que, durante o afastamento de Raimundo Nonato, era ela quem resolvia todas as questões da empresa, incluindo o pagamento de funcionários, com exceção dos recolhimentos de FGTS, que ficavam a cargo do contador.
Conclusão do Inquérito e Indiciamento
Ao finalizar a investigação, o delegado Antônio Nilton concluiu que Silvana Melo praticou furto qualificado contra o irmão, com abuso de confiança. "Considerando o conjunto de elementos de informação angariados no curso da investigação, notadamente tendo por base as conversas e documentos extraídos do aparelho celular da empresa e depoimentos da vítima e testemunhas, verifica-se a conduta da investigada se adequa ao tipo do furto qualificado com abuso de confiança", afirmou o delegado.
Apesar de Silvana ter apresentado comprovantes de transferências bancárias dela para a conta do irmão, alegando que quitava pagamentos da empresa com funcionários, o delegado constatou que ela não conseguiu demonstrar que essa devolução foi integral, caracterizando uma verdadeira confusão patrimonial.
Além do furto, a investigação também demonstrou que Silvana cometeu o crime de concorrência desleal. Ela teria usado sua influência sobre os clientes da Rectrafo para captá-los e direcioná-los a uma nova empresa criada por ela, utilizando o argumento falso de que a empresa do irmão estava em processo de falência.
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